Caríssimos ouvintes...
Hoje todos os irmãos estão reunidos, em harmonia, orando pelos que cumpriram a sua missão na terra e foram chamados para a eternidade. Dia de Finados. Solene dia do ano em que nossos pensamentos se voltam completamente para os que partiram: Amigos, parentes, conhecidos... enfim, todos! A morte é o próprio eco da vida. Após a morte, nossas palavras e ações ecoarão para toda a eternidade. Mas não significa o fim de tudo. Se a morte é paralisação definitiva dos nossos movimentos, então não é o fim de tudo. Talvez seja o começo de uma nova vida, de uma nova esperança para nossa alma, cansada de tantos sofrimentos da terra.
Hoje estamos rememorando nossos entes queridos. A visita ao cemitério ou campo santo, não passa de um preito material de fidelidade póstuma que dedicamos aos que partiram, cada um se manifestando à sua maneira: uma vela, flores, lágrimas e orações... mas sempre traduzindo a imensa saudade de quem partiu para nunca mais voltar. Uma partida dolorosa que sempre deixa marcas e marcas profundas, e inapagáveis nos corações dos que ficam para sentir o amargo da separação. A princípio prantos inconformados, o vazio e saudade. Depois o consolo, na esperança de que haverá um reencontro; por que na verdade, eles nasceram para a vida eterna... Hoje é um dia de lembranças, saudades, lágrimas e preces.
Senhor perdoa-lhes todos os momentos em que se esqueceram de amar-te; Perdoa-lhes as manchas que a vida lhes deixou. Que eles hoje possam estar sentados na mesa do banquete da eternidade. Que eles hoje estejam em comunhão contigo... Portanto rezemos pelos que partiram, pelos que cumpriram a sua tarefa na terra, pelos que ficaram e choram amargamente a ausência de um ente querido, pelos sofrimentos mudos dos pais. Pelas dores pungentes dos corações extremados e sofridos das mães, pela solidão imensa dos irmãos, nossa prece mais sincera, no dia em que recordamos o fim da vida terrena.
O dia de hoje daqui a não sei quando, será também o nosso dia e também nós temos que cumprir o nosso compromisso terreno e partir para o descanso eterno. A morte não é um castigo de Deus mas um presente em que poderemos, dependendo da nossa estada terrena, vivermos a eternidade ao lado do nosso Pai do Céu.
Celso Leite em 02 de novembro de 1984